segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Ministério Público Federal denuncia Lula, dono da Odebrecht e mais nove por esquema em Angola


                                                           
                                              Ex-presidente é acusado de beneficiar sobrinho em negócios da empresa com ajuda da BNDES

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado, nesta segunda-feira (10), pelo MPF (Ministério Público Federal) do Distrito Federal por, supostamente, atuar junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) para a liberação de recursos para a empreiteira Odebrecht realizar obras de infraestrutura em Angola. Em retribuição, a empresa teria repassdo cerca de R$ 30milhões em valores atualizados.
Além de Lula, o dono da empreiteira, Marcelo Odebrecht, o "sobrinho" do ex-presidente Taiguara Rodrigues dos Santos e outras oito pessoas foram denunciadas. Eles vão responder por cinco crimes: corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e organização criminosa. De acordo com o MPF, os crimes ocorreram entre 2008 e 2015.
Taiguara é filho de um amigo de Lula, Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari. Jacinto é irmão da primeira mulher do ex-presidente, que já morta. Portanto, Taiguara é um sobrinho de Lula por consideração.
O MPF indicou que, na primeira etapa dos crimes, entre 2008 e 2010, Lula ainda era presidente do País, na condição de agente público, praticou corrupção passiva. Depois, entre 2011 e 2015, após deixar a Presidência da República, cometeu tráfico de influência em benefício dos envolvidos.
Os procuradores pedem ainda que Lula responda por lavagem de dinheiro, crime que, na avaliação dos investigadores, foi praticado 44 vezes e que foi viabilizado, por exemplo, por meio de repasses de valores justificados pela subcontratação da empresa Exergia Brasil, criada em 2009 por Taiguara Rodrigues dos Santos, “sobrinho” de Lula e também denunciado na ação penal.
A investigação aponta ainda que parte dos pagamentos indevidos da empreiteira para Lula foi feito por meio de palestras supostamente ministradas pelo ex-presidente a convite da construtora. Nesse caso, a contratação foi feita por meio da empresa LILS Palestras, criada por Lula no início de 2011, menos de dois meses depois de deixar a presidência. Trecho da denúncia menciona a firma de Lula.
A denúncia atinge os seguintes suspeitos: Luiz Inácio Lula da Silva, Marcelo Bahia Odebrecht, Taiguara Rodrigues dos Santos, José Emmanuel Camano Ramos, Pedro Henrique de Paula Schettino, Maurício Bastianelli, Javier Chuman Rojas, Marcus Fábio Souza Azevedo, Eduardo Alexandre de Athayde Badin, Gustavo Teixeira Belitardo e José Madureira Correia.
Os procuradores indicam que a apuração sobre os negócios de Lula continuam tanto no caso dos negócios feitos em Angola e da participação da empresa Exergia Portugal na organização criminosa como em relação a outros empréstimos liberados pelo BNDES no âmbito do financiamento para exportação de serviços.O programa beneficiou vários países da África e da América Latina e, além da Odebrecht, teve obras executadas por outras construtoras.

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